Fio narrativo
São os macrotemas que formarão o que chamamos de fio narrativo ou fio condutor. As facilitadoras devem pensar de onde irão partir e onde querem chegar! Sempre atentas ao objetivo principal da Gincana.
É importante levar em consideração a expertise, habilidades e conhecimentos das facilitadoras envolvidas e também das demandas, necessidades e desejos das participantes e de suas coletivas, para que a Gincana esteja inserida em uma estratégia maior de apoio a ativistas, de fortalecimento do campo dos DDH's e dos cuidados digitais.
Devemos pensar em como os macrotemas e temas serão abordados e podem colaborar um com o outro, proporcionando um percurso de aprendizados e trocas, que no final darão um sentido ao todo.
Esses temas não precisam ser dependentes uns dos outros, mas podem ter conexões, serem complementares ou ainda aprofundar temas apresentados.
Vejamos um exemplo de fio narrativo narrativo
1ª semana: “Monstras Estelares Contra o Capital”
Macrotema: Reconhecimento do grupo, criação de vínculos, criação de uma linguagem em comum e elaboração dos valores que guiarão o grupo.
2ª e 3ª semanas: “Infraestrutura do Afeto”
Macrotema: Contextualizando o grupo sobre discussões em torno do que compõe as infraestruturas tecnológicas. Onde estamos e onde queremos estar nessas infraestruturas?
4ª e 5ª semanas : “Mensageiras de um novo mundo”
Macrotema: Como funcionam e como podemos utilizar estrategicamente ferramentas de comunicação, de mensageiros a sites.
6ª e 7ª semanas: “Abrindo códigos: Sustentabilidade e as próximas gerações”
Macrotema: Desenvolvimento de expertise em escrita de projeto e facilitação de processos de aprendizagem.
8ª semanas : “Celebração”
Macrotema: Festejar e celebrar também é muito importante para nós! Criação e fortalecimento de redes de solidariedade feminista para existência e permanência da vida e das lutas.
Sugerimos que as facilitadoras trabalhem cada macrotema seguindo a seguinte estrutura:
- Sessões Principais + Material de Apoio + Sessões de Aprofundamento ou práticas + Plantões + Aláfias.
Clicando aqui você pode ver um exemplo de como pode ficar a estrutura completa de uma Gincana Monstra com 8 semanas de duração e 4 Macrotemas mais microtemas.
Seguindo uma lógica modular, as facilitadoras podem acrescentar mais sessões a essa estrutura, conforme for necessário. Sendo assim, podem ter, por exemplo, 2 ou 3 plantões, 2 ou mais atividades extras, dependendo da complexidade do assunto explorado. Dessa maneira, a cada macrotema, ou ciclo de tempo, se repete essa estrutura.
A duração de cada ciclo ou macrotema pode levar o tempo que for interessante para o grupo. Pode acontecer em um único dia, pode estar dividida dentro do período de uma semana, com dias de intervalo entre as atividades ou pode ser ainda mais longo, com semanas de intervalo entre as atividades… Essa escolha é feita pelas facilitadoras, conforme a intenção da Gincana.
Lembre-se!
Quanto maior o espaço de tempo entre a realização das atividades, maior será a necessidade das facilitadoras manterem o engajamento das participantes. Para isso, podem utilizar os grupos em mensageiros, lista de email e outras ferramentas que façam sentido para o grupo. Esses espaços podem funcionar também como lugares para trocas de experiências, esclarecimento de dúvidas e envio de atividades, por exemplo, entre as participantes. Isso promove maior engajamento e colaboração com as organizadoras, que podem enviar músicas, referências, jogos, novas matérias sobre assuntos interessantes, fotos, para manter a energia do grupo curiosa e participativa.
Para as facilitadoras que estiverem interessadas em alguma atividade específica, é possível usar somente o roteiro da atividade/sessão de interesse.
Combine algumas das atividades/sessões ou utilize a estrutura sugerida por completo: Sessões Principais + Sessões de Aprofundamento ou práticas + Plantões + Aláfias.
Dica!
Além disso, é possível dentro das sessões extras abordar outros assuntos como atividades dedicadas ao autocuidado e cuidado coletivo, por exemplo.
Uma sugestão são as rodas de conversas mediadas, nas quais é possível falar sobre como as participantes, e também as facilitadoras, estão se sentindo com a experiência da Gincana ao se deparar com um alto volume de informações e experiências novas.
Outra possibilidade são as sessões de TREM (técnica de redução e alívio de estresse para mulheres), para que possam ter contato e experienciar uma técnica que ajuda a liberar dores e tensões que acumulamos no corpo.
É possível ainda incluir sessões de outras tecnologias que tragam prazer e/ou boas reflexões a respeito de sabedoria, autoestima, frustração e outros sentimentos com os quais podemos nos deparar quando nos aventuramos em novas aprendizagens, especialmente tecnológicas.
Ou seja, as possibilidades são infinitas e vale explorar as habilidades que as facilitadoras têm para além do conhecimento em cuidados digitais!