Plantar e semear
Atividades de aprendizagem
- Estrutura principal
- Atividades principais [roteiro]
- Atividades de aprofundamento ou práticas (tech) [roteiro]
- Plantões
- Aláfias [roteiro]
- Atividades de autocuidado e cuidado coletivo [roteiro]
- Lembrete!
Estrutura principal
Essa estrutura consiste basicamente em:
Sessões Principais + Material de Apoio + Sessões de Aprofundamento ou práticas + Plantões + Aláfias + Atividades de Cuidados Coletivo e autocuidado .
Uma sessão ou mais, que chamamos de Sessões Principais, que tratarão de um tema de maneira mais ampliada, com discussões, partilhas, sugestões de vivências, partindo sempre de uma desconstrução de paradigmas já impostos culturalmente às mulheres e pessoas LBTQIA+, trabalhando o tema no nível do sentir, buscando levantar o que aquele tema suscita entre as participantes.
Para estas sessões, as facilitadoras podem compartilhar o Material de Apoio, que consiste em produzir e/ou reunir materiais de orientação, como textos, artigos, vídeos, podcasts, guias, tutoriais, manuais, passo-a-passo, zines e todo tipo de conteúdo que leve para as participantes informações, provocações, orientações, entre outros, a respeito do tema que será tratado ao longo do ciclo de aprendizagem deste macro tema.
Os Materiais de Apoio, são como um “pacote” ou uma “sacola” que cada participante receberá e pode ir acessando conforme o desejo ou necessidade. Ao longo da jornada as participantes poderão ir acrescentando outras coisas e materiais que forem encontrando pelo percurso dentro de seus “pacotes” ou “sacolas”.
A sessão seguinte pode aprofundar o debate sobre o tema, com a participação de convidadas para trocas que ampliem as experiências, atividades práticas, podendo propor vivências, oficinas ou treinamentos sobre ferramentas digitais, por exemplo.
Após essas sessões, sugerimos a realização de um ou mais plantões ou Q&A, que são espaços em que as facilitadoras ficam à disposição das participantes durante um período determinado. Esses espaços de plantão servem para tirar dúvidas relacionadas aos temas trabalhados, mas podem ser também espaços para que as participantes tirarem dúvidas em geral.
São momentos em que se reúnem participantes e facilitadoras em torno de uma questão real para encontrarem uma solução de maneira coletiva.
Por fim, sugerimos a realização das Aláfias, que são atividades destinadas ao reconhecimento e a celebração pela caminhada do grupo até aquele ponto da jornada juntes.
Atividades principais [roteiro]
Momentos usados para agrupar todas as participantes com discussões sobre temas centrais e importantes para o percurso da Gincana. Podendo ser síncrono ou assíncrono.
Introdução à infraestrutura de afeto
A atividade abaixo foi realizada de forma on-line, durante a Gincana Monstra.
Esperamos todas chegarem por alguns minutos, com uma boa música rolando [5 minutos]
Deixamos uma música e um aviso no chat de que vamos começar em poucos minutos. Mantemos a música até todas chegarem.
Acolhida e boas-vindas! Espreguiçar, respirar, hidratar [10 minutos]
“Vocês já se espreguiçaram hoje? Aquela espreguiçada bem gostosa?!”
Repararam o quanto nossos corpos se esticam? E respirar? Já deram aquela respirada profunda? encheram o pulmão de ar?! Perceberam o quanto nossos pulmões se expandem? Não? então vamos fazer isso juntas?
Levantamos e espreguiçamos com as câmeras abertas (para aquelas que se sentirem confortáveis!).
Espreguiçar por 20 segundos, 3 respirações bem profundas, todes juntas!
Lembrá-las da hidratação! Damos 2 minutos para buscar água.
Pronto! Agora estamos todas aqui, percebendo um pouco mais nossos corpos e nos hidratando. Coisas simples, mas que podemos sempre lembrar umas às outras.
Coisinhas básicas para nosso cuidado na rotina diária!
O que é segurança [20 minutos]
“O que é segurança? O que é segurança pra você?”
Sem pensar muito! Identificamos o que vem na cabeça de cara, em uma palavra ou uma frase.
As facilitadoras vão registrando tudo que for sendo falado , em um quadro compartilhado com todos.
Assim que for se esgotando, passamos para a apresentação do tema.
Vamos falar sobre o tema! Linkando com a ideia das rotinas de cuidados e do papel da mulher e pessoas sem gênero definido na tecnologia. O que isso tem em comum?
Como construímos nossa infraestrutura de afetos na vida?
Como tudo isso está relacionado à ideia de segurança?
Atividade de descrição da rotina de cuidados [15 minutos]
Pedimos que em 15 minutos as participantes façam uma descrição das rotinas de cuidado e das infraestruturas que elas utilizam para essas rotinas, o mais detalhado que puderem.
Partilha [15 minutos]
Abrimos para quem quiser (3 ou 4 pessoas) compartilhar suas rotinas de cuidados.
Enquanto forem falando sobre as ferramentas, as rotinas de cuidado (que faz parte das rotinas) - quem tem filho, quem cuida do outro, vamos destacando o quanto essas rotinas de cuidado do dia a dia são uma prática programática. A partir disso vemos como mulheres são protagonistas de rotinas e criação de modelos dentro de suas comunidades, casas, e em seus ativismos. Sempre foram responsáveis historicamente sobre essa responsabilidade da mulher pela otimização das tarefas, pela elaboração das tarefas, mesmo com a separação do trabalho por gênero.
A partir disso não nos surpreende que a mulher criou e foi protagonista na programação por muito tempo! Mulheres sistematizaram e homens iam para a guerra, inclusive presente na história da computação.
A partir disso notamos que, seja na computação ou seja na ancestralidade, esse lugar é das mulheres. E que elaboramos estratégias diariamente e que somos estrategistas desde que nascemos.
Debate [20 minutos]
As mulheres sempre estiveram por trás das redes de afeto, em que momento a tecnologia mudou de espaço e passa a ser reconhecida como algo de homens, branco cis, acadêmicos, classe média. E o que mudou?
Desembocamos no afeto...
Por mais que a tecnologia tenha sido criada com uma perspectiva de guerra, antes dessa mudança ela ainda tinha um caráter afetivo, de rotina. Contamos a história da Grace Hopper.
Mesmo depois do pós guerra, a relação das mulheres com as máquinas ainda era de relação mesmo e não de subserviência como passa a ser depois que os homens se apropriam. O que eles chamam de arcaico, nós chamamos de ancestral! Linguagem comparada com o que ela expressa. Entender essas diferenças é fundamental para conseguirmos construir um cuidado digital que faça sentido dentro da nossa narrativa, da nossa subjetividade.
Como traduzir para esses lugares suas experiências e linguagem, com as experiências de vida que elas trazem
Encerramento [5 minutos]
Como estou saindo?
Falamos tanto de tecnologia hoje… Convidamos cada uma de vocês trazer rapidamente uma frase que ou palavra que expresse como está saindo da atividade de hoje.
Atividades de aprofundamento ou práticas (tech) [roteiro]
São momentos pontuais, pensados para atividades específicas, laboratórios práticos, criativos e mão na massa, abertos para quem quisesse/pudesse participar.
“Internet: onde vive, do que se alimenta?”
Objetivo
Desmistificar o funcionamento da Internet, seu aspecto físico e suas vulnerabilidades. Refletir sobre a construção geopolítica da internet.
Duração
1h30.
Material
Papel e caneta, individuais.
Essa atividade foi realizada durante a Gincana Monstra, de forma on-line, como sessão extra. Mas pode ser facilmente adaptada para atividades presenciais.
Sessão 1: Boas vindas e agenda [10 minutos]
Objetivo
Receber todo mundo, mostrar a agenda do dia e ainda dar uma aquecida na mente.
Como
Apresente um slide de boas vindas. Em um segundo slide, apresente a agenda de atividades, e por último deixe a pergunta provocadora:
Qual a primeira coisa que você usou na Internet?
Deixe o espaço aberto para quem quiser trazer algo da memória…
Sessão 2: “O que é a internet?” [35 minutos]
O que é a internet para você?
[5 minutos] Individualmente, pedimos para as pessoas desenharem.
[15 minutos] Abrimos para comentários de algumas pessoas, e pedimos para quem quiser mostrar o desenho na câmera. Apresentamos algumas questões políticas e debatemos todas e todos juntes:
A internet é física, a internet é política, a internet é um direito!
Intervalo [5 minutos]
Sessão 3: “Como a internet funciona?” [60 minutos]
[10 minutos] Divididos em grupos, vamos debater e construir um desenho a partir da pergunta:
Como a Internet funciona? Quando mandamos um email para alguém, qual o caminho que os dados fazem?
[10 minutos] Grupos apresentam para todos.
[10 minutos] Montamos o caminho da internet movendo esses cards num quadro compartilhado com todos participantes.
Ou já apresentamos essa imagem, percorrendo o caminho das informações juntos, comentando.
[30 minutos] Iniciamos a explicação, trazendo a questão dos cabos subterrâneos e submarinos X a nuvem.
A Internet é física, a informação passa através de cabos. A nuvem é sempre o computador de outra pessoa.
Seguimos para a explicação sobre HTTP x HTTPS e introduzimos o conceito de criptografia de tráfego.
Utilizamos um cartão postal para explicar como a informação trafega sem criptografia. Todas as pessoas que têm acesso ao cartão podem ver a mensagem e os metadados.
Colocamos o cartão postal em um envelope e explicamos como a informação trafega criptografada com HTTPS. Todas as pessoas que têm acesso ao envelope podem ver os metadados, mas só os servidores de e-mail, remetente e destinatário podem ver a mensagem.
Pegamos o papel com a mensagem criptografada e coloque dentro do envelope para explicar como funciona a criptografia ponta-a-ponta. Dessa vez, todas as pessoas que têm acesso ao envelope podem ver os metadados, mas só remetente e destinatário podem ver a mensagem. Só essas duas pessoas possuem a chave para descriptografar a mensagem, e os servidores não têm acesso.
Fazemos uma explicação sobre as vulnerabilidades:
-
No computador: Vírus, malware, spyware, senhas fracas, etc.
-
No roteador: Sniffing, acesso ao tráfego de pacotes/informação.
-
Redes abertas de aeroportos, cafés e locais públicos oferecem alto risco.
-
No provedor de internet: Acesso a dados através de ordem judicial.
-
No servidor de e-mail: Acesso a dados através de ordem judicial; acesso a tudo por parte do próprio provedor.
Sessão 4: Encerramento [10 minutos]
Convidamos para o encerramento todas/os que quiserem compartilhar algo novo que aprendeu. Vale qualquer coisa!
Plantões
Ocorrem ao longo das semanas, com o objetivo de facilitar a interação das participantes com as ferramentas e dos conteúdos disponibilizados assíncronamente.
Alguns encontros podem ser temáticos, para estimular a exploração e uso de determinada ferramentas ou o acesso a determinado conteúdo, outros podem ser livres.
No período estipulado, pelo menos duas facilitadoras ficam no canal de comunicação combinado previamente, aguardando quem quiser chegar para tirar dúvidas em relação ao conteúdo trabalhado com o grupo, testar ou configurar ferramentas, compartilhar dificuldades relacionadas a tecnologias digitais ou não.
O importante é a abertura para pensar juntas soluções para as questões que surgem. É também uma oportunidade para explorar esse universo da pesquisa por solução de problemas na internet.
Em geral não preparamos roteiros para esses encontros. Quando necessário, são utilizados materiais de apoio das oficinas para rememorar ou discutir algum conteúdo.
Aláfias [roteiro]
Momentos de reconhecimento e valorização do percurso percorrido até aquele ponto, mesmo que ainda não seja o ponto final.
Isso merece uma celebração, uma comemoração. Caminho aberto para seguir na jornada!
Essa celebração pode ser marcada de diferentes formas… Produzindo algo, compartilhando, reconhecendo, realizando ou propondo um desafio, algo que marque aquele trajeto da jornada até ali.
Dica
Experimente propor aláfias que estimulem o uso da criatividade, do conteúdo apresentado e que possa proporcionar trocas e construção coletiva entre as pessoas de uma mesma equipe, valorizando as diferentes habilidades do grupo, subvertendo também a ideia de competição e valorizando a colaboração entre as participantes.
Se possível, estimulando troca e construção coletiva também entre equipes!
Curiosidade
A expressão Aláfia, utilizada nessa metodologia, significa “seja bem-vinde”. É uma expressão do povo Yorubá, de origem nígero-congolesa.
No jogo de Búzios significa, a queda de quatro búzios abertos, que tem o significado de positivo, confirmação, tudo bem. Não há nenhuma margem de erro ou contrariedade para a pergunta em questão.
Na Gincana Monstra, adotamos o termo para os momentos de finalização de um ciclo de aprendizagem no qual celebramos e acolhemos todas que estão ali, admitindo que os caminhos estão abertos às próximas etapas.
Você pode encontrar esse termo em outras línguas e culturas, vale dar uma pesquisada!
Roteiro para Aláfias
Exemplos de Aláfia:
-
Um texto, postagem, passo a passo, ilustração ou um zine para replicar um dos temas que vimos durante a semana, levando em consideração sua cultura e realidade.
Tente abarcar todas as habilidades das pessoas da equipe. A que escreve, a que desenha, a que é criativa, a que organiza, etc.
Use a criatividade!
-
Um roteiro de facilitação para cuidados digitais, usando o que foi discutido durante essas semanas e o que mais quiserem acrescentar para além do conteúdo.
Lembre-se de trazer a essência e a experiência de vocês para o roteiro!
Observação: É interessante que as facilitadoras enviem periodicamente às participantes o calendário geral de atividades da Gincanam e também o calendário de atividades referentes ao ciclo ou macrotema que estão iniciando, podendo ser semanal, por exemplo. Isso é fundamental no caso de mudanças nas datas ao longo da jornada.
Tente criar uma imagem com o calendário, isso facilita o compartilhamento e a visualização em diferentes dispositivos. O compartilhamento frequente do calendário auxilia na organização prévia das participantes para que se planejem ao longo do período.
Atividades de autocuidado e cuidado coletivo [roteiro]
Apresentaremos a seguir algumas atividades que compuseram um processo de cuidados organizacionais. Estas sessões foram realizadas presencialmente mas podem ser adaptadas para atividades online.
Para quem é esta atividade?
Essas atividades podem ser realizadas por pessoas que pretendem facilitar processos on-line, ou pela equipe da Gincana para pensar em cuidados na facilitação.
Tempo estimado
1 hora, podendo durar mais com a preparação
Roteiro - aprendizagem intergeracional em tecnologias - desafios e oportunidades
[30 minutos antes] – Abertura da sala e testes com as participantes
[10 minutos antes] - Música para a chegada das participantes! Prepare uma playlist!
Sessão 1: Aquecendo a mente
Objetivo
Ativar o pensamento! É hora de mergulharmos na atividade!
Como?
Exibindo um slide de abertura, acompanhando de músicas enérgicas enquanto trocamos boas vindas no chat.
Sugestão de música: Serena Assumpção - Oxumaré
Enquanto as pessoas vão chegando, peça para que cada uma delas compartilhe no chat, sem grandes pretensões, quais tecnologias existem na natureza. Pode-se responder quantas tecnologias quiser, Isso para aquecer nosso pensamento! Enquanto isso, vamos de música!
Sessão 2: Agenda + combinados
Agenda:
- Aquecendo a mente
- Agenda e combinados
- Aprendendo através da memória e do sentimento
- Trocando umas com as outras
- Barreiras e estratégias para o aprendizado intergeracional
- O quão singular é você?
- O que estou levando deste processo?
- Avaliação
Combinados:
- Todos podem falar! Para isso, levante a mão e/ou sinalize no chat.
- Não existem perguntas bobas ou ruins.
- Se tiver qualquer problema com a tradução, clique no ícone do globo e em seguida em “floor”, assim você poderá selecionar novamente o idioma. Se não funcionar, levante a mão e sinalize.
- Trate todas com respeito e empatia.
- Divirta-se!
- Gostaria de acrescentar mais alguma coisa? Sinalize no chat para que possamos conversar.
Sessão 3: Aprendendo através da memória e do sentimento
Objetivo
Despertar reflexões, insights e criar conexões emocionais com o tema. Desopilar dos altos e baixos do processo de aprendizado e sentir quais elementos estão presentes no processo além dos conhecimentos em si.
Como?
Através de uma meditação guiada, proporcionamos às participantes um acesso à memórias relacionadas à tecnologias, se preferência aquelas que aprenderam com alguém mais velho.
“Desvie seus olhos da tela. Exercite sua memória e comece a perceber o que você está sentindo. Você pode manter seus olhos fechados, se quiser. O importante é se sentir confortável, e lembre-se: você está em um ambiente seguro.
Se possível, deixe um papel e uma caneta do seu lado. Caso surja uma ideia, algum insight, sinta-se livre para anotar, desenhar, rabiscar.
Pense em alguma tecnologia que você já teve muita vontade de aprender sobre ela, mas teve dificuldade. Pode ser uma experiência da sua infância ou até mesmo mais recente. De preferência um processo de aprendizado com alguém mais velho.
Vá mais a fundo! Pense em uma tecnologia que tenha te interessado muito! Que você tenha pensado: isso é o que eu quero aprender! Mas que não tenha sido assim tão fácil. Algo que você não tenha tido tanta habilidade no começo.
Aprendemos tantas tecnologias diferentes ao longo das nossas vidas! Pode resgatar da sua memória, talvez quando aprendeu a ler, pode lembrar-se quando aprendeu a andar de bicicleta (e pode ainda ter vestígios dessa aprendizagem), ou uma receita culinária complexa, pode ser de quando aprendeu a plantar e a cuidar desta nova vida, pode ser de quando aprendeu a pôr um chão ou a fazer a instalação elétrica de uma casa, a fazer futuros contos, a tocar um instrumento, a montar o hardware de um computador, a bordar um tecido... Infinitas possibilidades!
Pode ser que nesta procura de memória escolha uma experiência, e depois mude e escolha outra, sem problemas. Nada disso irá interferir com a nossa proposta!
Vamos lhe dar algum tempo para explorar estas memórias e possibilidades, passar pelas diferentes experiências de aprendizagem que teve, e escolher uma que foi um desafio, mas que finalmente conseguiu!”
[1 minuto] Qual tecnologia foi essa? Por que despertou sua atenção? O que acendeu seu interesse? Em que ponto e de que forma você decidiu que gostaria de aprendê-la?
[1 minuto] Pensemos agora em quem facilitou este processo. Lembrando que nem todas as experiências de aprendizagem são boas, para que possamos olhar também para os aspectos não tão legais deste processo.
Lembre-se que agora está num lugar seguro! Você não está mais naquele ambiente de aprendizagem, está na sua casa, no seu espaço, na sua segurança. Se precisar, ponha seus pés no chão para se lembrar disso.
Pensemos nessa pessoa que facilitou este processo. Quem foi esta pessoa? Como essa pessoa se parecia? Quanta experiência tinha esta pessoa? Como era a sua voz? Qual era a diferença de idade entre vocês? Era uma pessoa afetuosa? Esta pessoa era rígida? O que é que esta pessoa usou para lhe ensinar? Apenas a sua voz? Utilizou um quadro negro ou qualquer outro meio? Comunicava também com o seu corpo? E agora quero que pensem em vocês próprios neste processo. Se alguma ideia ou ideia importante lhe ocorrer, escreva-a ou desenhe-a.
Foi difícil de aprender? Você pegou rapidamente? Quanto tempo demorou para aprender? Cometeu algum erro ao longo do caminho? Você pensou em desistir? O que sentiu naquele momento? Havia alguma sensação no seu corpo? Calor em alguma área? Talvez desconforto em algum órgão ou músculo? Sentiu-se frustrado? Triste? Estas emoções interferiram no seu processo?
[1 minuto] Quais foram as dificuldades no processo? Foi algo que exigiu conhecimentos adicionais? Foi algo complexo? Ou foi algo que exigiu treino do seu corpo ou mente? Foi algo que exigiu atenção?
O que fez você persistir? Essa pessoa facilitadora desempenhou um papel importante em fazer você continuar?
[1 minuto] Quando superou a dificuldade, o que sentiu? Quando finalmente conseguiu, como se sentiu?
[1 minuto] O que você guarda deste processo de aprendizagem?
Como podemos promover isto nestas atividades? Como podemos sustentar os espaços frente à frustração?
Agora vou contar dois minutos. Vocês perceberão que dois minutos em silêncio é muito tempo! Tire o tempo necessário para incorporar a experiência. Se quiser escrever ou desenhar alguma coisa, algum insight, sinta-se livre.
Queridas participantes, após 2 minutos, voltarei falando em português.
Vamos abrir lentamente nossos olhos, nos alongar lentamente, colocando os pés no chão, trazendo nossa mente para o momento presente, lentamente despertando a mente para esta experiência.
Sessão 4: Trocando umas com as outras [15 minutos]
Objetivo
Provocar discussões.
Como?
Com perguntas provocativas e nos abrindo para o debate.
Agora vamos abrir para partilhas!
-
Qualquer pessoa pode abrir o microfone ou levantar a mão.
-
Gostaria de saber: você escreveu alguma coisa durante o processo? O que surgiu?
-
Aprendemos alguma coisa ao relembrar a memória da nossa aprendizagem?
-
O que é que ficou vivo?
-
Há algo desta experiência que gostaria de utilizar nas nossas sessões de facilitação? Será que alguma memória trouxe de volta algo que não gostaria de reproduzir ou que gostaria de fazer de forma diferente nos seus processos de facilitação?
-
O que podemos retirar deste processo de aprendizagem para os processos de aprendizagem que vamos organizar?
Sessão 5: Barreiras [10 minutos]
Obstáculos para a aprendizagem intergeracional em tecnologia:
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Linguagem computacional apenas em inglês.
-
Hardwares e softwares não acessíveis para portadores de necessidades especiais em visão e audição.
-
Dificuldade de acesso das mulheres à financiamentos.
-
Dificuldade de acesso das mulheres a dispositivos e internet.
-
Etarismo: preconceito contra pessoas mais velhas na tecnologia.
-
Falta de literatura digital e compreensão da lógica computacional.
Poderiam apontar quaisquer outras barreiras a partir das suas experiências?
Sessão 6: Estratégias [10 minutos]
Estratégias da Gincana Monstra:
- Envolver as pessoas para que tenham curiosidade e interesse, criando uma ligação afetiva, seja através da memória, da brincadeira ou da troca.
- Partir das histórias e experiências das pessoas que estão a participar no processo.
- Reconhecer e utilizar os diferentes conhecimentos e capacidades das pessoas que compõem o grupo.
- Não subestimar ou infantilizar as participantes.
- Criar um ambiente que convide à aprendizagem.
- Usar linguagem explicativa e explícita, evitando o uso de termos estrangeiros, e explicar sempre acrónimos e gírias.
- Nunca exponha a pessoa.
- Fornecer manuais passo a passo com apoio visual ou auditivo, com traduções quando existem termos estrangeiros.
- Temos tempos diferentes, dar tempo para compreender novas questões. Manter o silêncio.
- Reuniões de serviço e de teste de ferramentas.
- Jogar no ritmo dos mais lentos.
Alguém gostaria de acrescentar estratégias que tenham adotado nos seus processos de aprendizagem?
Quote:
A alegria não vem apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo de busca. E ensinar e aprender não podem existir fora da busca, fora da beleza e da alegria.
Sessão 7: Encerramento [15 minutos]
Objetivo
Refletir sobre o que precisamos e o que temos a oferecer para melhorar o cuidado coletivo.
Como?
Pedimos para cada pessoa pensar e anotar primeiro o que ela precisa desse grupo para estar bem. Passados 2 minutos, agora pedimos para pensar e escrever uma coisa que tem a oferecer para melhorar o cuidado coletivo do grupo.
Fazemos uma rodada e todos leem o que precisam do grupo, com uma facilitadora anotando em uma tela compartilhada. Depois fazemos uma rodada onde todos falam o que podem oferecer para o cuidado coletivo, que também vira uma nuvem de ideias anotada pela facilitadora no quadro compartilhado.
Lembrete!
É interessante que xs facilitadorxs enviem periodicamente axs participantxs o cronograma geral de atividades da Gincana, e também o cronograma de atividades relacionadas ao ciclo ou macro-tema que elxs estão iniciando, que pode ser semanal, por exemplo.
Isto é fundamental no caso de mudanças nas datas, ao longo da jornada. Tente criar uma imagem com o calendário, isto facilita o compartilhamento e a visualização em diferentes dispositivos. Compartilhar o calendário freqüentemente ajuda os participantes a se organizarem com antecedência para que possam planejar durante todo o período.