Princípios feministas da internet

Conduzir atividades introdutórias e de fortalecimento para os Princípios Feministas da Internet (PFI). Tais atividades foram desenvolvidas como exercícios de interação que abrem espaço para a conscientização de feministas para a internet como um espaço político, bem como conectar tais princípios às suas áreas de interesse específicas. É **altamente recomendado** que as participantes escolham um caminho de aprendizagem a percorrer, pois estes incluem actividades com diferentes níveis de profundidade que ajudam os participantes a obter mais conhecimentos sobre os temas abordados.

Introdução, objetivos e atividades de aprendizagem

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Esta página é essencial para o correcto uso e compreensão do Módulo. Seguir os Caminhos de Aprendizagem, com actividades de profundidade variável, permitirá ao participante obter uma melhor compreensão dos temas estudados.

Introdução

Este módulo de facilitação tem como objetivo conduzir atividades introdutórias e de fortalecimento para os Princípios feministas da internet (em português). Tais atividades foram desenvolvidas como exercícios de interação que abrem espaço para a conscientização de feministas para a internet como um espaço político, bem como conectar tais princípios às suas áreas de interesse específicas.

Qual o público-alvo deste módulo?

O ponto de convergência destes grupos é uma atuação feminista mais local e cara-a-cara, muitas vezes sem oportunidades para olhar a internet como espaço político através de uma perspectiva feminista

São grupos que irão se beneficiar deste módulo de facilitação através da compreensão da internet - como espaço e ferramenta que utilizam em suas atuações - a partir de uma perspectiva feminista, possibilitando tomadas de decisão sobre suas utilizações da internet com maior autonomia e conhecimento.

Objetivos

Participantes irão:

Atividades de aprendizagem 

As atividades de aprendizagem para este módulo estão divididas entre atividades introdutórias - exercícios que abrem as possibilidades de discussão sobre a internet como espaço político; e atividades de aprofundamento - que focam em aspectos específicos das PFIs.

Dependendo do tempo programado, a atividade pode ser uma combinação de uma parte introdutória e uma segunda parte de aprofundamento, para uma sessão mais abrangente dentro do tema.

Atividades introdutórias

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Atividades de aprofundamento

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Recursos | Links | Pra ler mais tarde

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Ressignificando a internet [atividade introdutória]

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Esta atividade é direcionada para encorajar participantes a pensar sobre os aspectos positivos da internet nas nossas vidas -- pessoalmente, profissionalmente, na articulação dos movimentos e na criação de redes. A atividade se torna mais proveitosa quando feita no início das oficinas e em momentos onde participantes revelam o desconforto e sentimento negativo com relação à internet.

As participantes se reúnem em pares ou trios e se apresentam dizendo o nome, organização, país e uma coisa que gostam sobre a internet - seja pessoal, relacionado ao ativismo ou no geral. Não vale resposta coletiva, tem que ser individual (ainda vale concordar e complementar). É interessante fazer a atividade em roda, para que se vejam e para encorajar interações rápidas. Para garantir que a atividade não vai se estender demais, uma possibilidade é que cada participante fale em "tempo de fósforo": cada uma (ou a facilitadora) acende um fósforo e termina antes de a chama apagar.

Recursos para esta atividade

Duração

10 a 15 minutos dependendo do número de participantes, aproximadamente 40 segundos cada


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Imaginar uma internet feminista (3 opções) [atividade introdutória]

Opção 1

Participantes elaboram individualmente suas ideias sobre uma internet feminista, por 10 minutos. Pode ser escrita, desenho etc. A pessoa facilitadora também pode oferecer a ideia de completar frases como "Uma internet feminista é..." ou "Na minha internet feminista teria...". É um momento para experimentar e sonhar. Pode ser interessante dar uma "agitada" no grupo pedindo para algumas pessoas darem ideias básicas do que seria a internet feminista. Cada participante pode ler ou explicar as suas definições para o grupo. A facilitadora pode tomar nota das palavras-chave das definições de cada participante em um flip chart ou quadro. As definições, caso anotadas em uma folha de flip chart, poderão ser colocadas numa parede, para visualizar e reforçar estas ideias, sem a necessidade inicial de discutir cada uma das definições.

Uma noção de facilitação visual é sumarizar as palavras que surgem e as que são constantes, conectando de forma simplificada como elas se conectam às demais e aos princípios feministas da internet. A discussão pode ser aprofundada com participantes definindo quais acham ser as palavras mais importantes ou apenas costurando estas definições com uma apresentação ou um exercício mais aprimorado sobre as PFI.

Recursos necessários

Canetas marcadoras, sulfite, papel kraft, post-it colorido ou sulfite colorido dividido ao meio, fitas adesivas.

Duração

30-40 minutos total: 10 minutos para apresentar e conduzir o trabalho individual. 20-30 minutos para ler e analisar as definições das participantes, dependendo do tamanho do grupo.

Opção 2

Imaginar uma internet feminista em grupos

A ideia é a mesma do exercício anterior mas com grupos de 4 pessoas. Neste caso, deve-se dedicar mais tempo para o debate dentro dos grupos do que para a devolutiva.

Duração

35 minutos total - 20 minutos de trabalho em grupo, 15 minutos de devolutiva.

Opção 3

Criando o ambiente online dos seus sonhos

(adaptado de Criando o ambiente online dos seus sonhos)

Iniciar com o questionamento: por que estamos online? Quais as razões e a importância disto para nós? Peça às pessoas participantes exemplos de coisas que fazem online que são significativas para elas, em diferentes aspectos das suas vidas.

Depois, peça a elas que imaginem-se construindo o ambiente online ideal, baseadas nas respostas para ambas as questões. Convide-as a participar em grupos de 3 a 5 pessoas para que imaginem juntas estes espaços.

Incentive os grupos a projetar este espaço da forma mais criativa possível, diga para que preparem uma apresentação da ideia para o restante do grupo. É possível encorajar os grupos a agregar elementos lúdicos para a apresentação, como batalha de rap/repente sobre o quanto aquele ambiente é incrível, uma apresentação teatral, um cordel etc.

Novamente reunidas em um único grupo, a facilitadora deve escrever os elementos-chave de todos os ambientes, conectando com os princípios feministas da internet.

Estes elementos servirão pra destacar e exemplificar os princípios quando forem apresentados no próximo exercício, e catalizar sentimentos e ideias comuns que partam dos grupos.

Recursos necessários

Papel kraft, canetinhas coloridas para cada grupo, fitas adesivas

Duração

1 hora: 5 minutos para a introdução, 25 minutos para o trabalho em grupo, 30 minutos para a apresentação e o fechamento da atividade.


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A corrida da internet [atividade introdutória]

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Esta atividade é uma adaptação da "corrida dos privilégios" voltada para a internet, a fim de ilustrar as realidades de acesso à internet e as tecnologias computacionais. Ela pode ser usada para iniciar a discussão sobre a desigualdade no acesso fazendo intersecções de classe, raça, idade, identidade de gênero e território.

Dinâmicas

Convidar as pessoas participantes a ficarem lado a lado, formando uma linha. Esta linha será o ponto de partida que servirá de referência a quem facilitar. Escolha um lugar para ficar que será definido como o ponto de chegada, e informe a quem irá participar.

O objetivo aqui será mostrar, através das distâncias, as disparidades de acesso entre diferentes grupos identitários quando o assunto é a internet, tendo as pessoas participantes como ponto de exemplo. É importante ressaltar que a atividade não é base de comparação entre as pessoas, e sim para as suas realidades culturais, territorias e étnicas, e criar rupturas com a ideia de que utilizamos uma internet neutra.

Sugestões para as instruções:

Nota: Estas sugestões são apenas para orientar a condução da atividade. Cada contexto terá diferentes noções sobre o que é privilégio no acesso à internet. Se alguma destas sugestões não se aplica ao seu contexto, é altamente encorajado alterar para uma instrução que faça sentido com o grupo. Reflita também quais são as suas próprias noções de privilégio enquanto facilitadora, para pensar nas instruções de forma sensível às participantes.)

Privilégios técnicos

Privilégios de linguagem e comunicação

Privilégios de raça e território

Privilégios de gênero

Privilégio econômico

Privilégios etários

Baseando-se no seu contexto, você pode criar novas instruções, ou adaptar de acordo com o tempo e o fluxo de cada grupo.

Fechando a atividade

Depois de terminar a corrida (seja por alguém ter cruzado a linha de chegada ou por terminar as instruções), peça a quem está participando para observarem um tempo umas às outras para refletirem em conjunto este resultado.

Uma vez que as devolutivas tenham sido processadas, traga as seguintes questões para aprofundar o tema?

Anote os termos-chave mais relevantes no quadro ou flip chart.


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Linha do tempo da internet [atividade introdutória]

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Nesta atividade o objetivo é trabalhar o reconhecimento da experiência adquirida com a internet pelas participantes.

Recursos para esta atividade

Uma parede grande pra pendurar post-its, ou uma folha larga de papel kraft. Você também pode preparar uma linha de tempo com divisões por anos (ou décadas) onde as pessoas colocam os post-its relacionados com estes períodos de tempo.

Duração

Dependendo do número de participantes e da quantidade de perguntas, até uma hora.

Dinâmicas

Nesta sessão interativa, participantes debaterão e compartilharão suas experiências no uso das tecnologias digitais, por exemplo:

Cada pessoa irá escrever em post-its respostas curtas pra essas perguntas (como a data e o resumo do assunto) e então colocar na parede ou papel com a linha do tempo. No fim da atividade, o resultado será um mural com diversas primeiras experiências de internet das pessoas que participaram. Facilitadoras podem ajudar a organizar a linha do tempo e questionar brevemente sobre o que mudou desde então para como temos usado a internet no momento.


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Como funciona a internet? [atividade introdutória]

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Esta atividade introduz conceitos e recursos básicos da internet, para que cada participante entenda melhor seu funcionamento.

Recursos para esta atividade

Folhas de papel que representem os recursos da internet, escritos ou desenhados. Um exemplo de card se encontra em [link para cards?]

Duração

Uma hora e meia seria ideal.

Dinâmicas

Dando corpo à internet

A facilitadora poderá filtrar quais recursos básicos utilizar dependendo do cenário apresentado e da familiaridade de quem for participar. Esses recursos podem ser representados com cards, com os nomes escritos em folhas de papel, ou com participantes representando cada um deles.

No cenário "Como eu me conecto com...?" - usando um site popular como exemplo, os recursos seriam estes:

No cenário "Qual caminho um e-mail faz pra chegar da pessoa A até a pessoa B?", seriam estes recursos:

No cenário "Como uma mensagem de chat chega de um celular para outro?", os recursos seriam estes:

Você pode propor que diferentes pessoas representem esses recursos segurando os nomes ou desenhos que simbolizem cada um no centro da sala. As outras pessoas irão sugerir e tentar montar o cenário, indicando em que ordem cada ação acontece.

Como alternativa, quem estiver representando pode montar uma atuação de como cada recurso interage, ou também você pode espalhar os papéis com nomes e desenhos de recursos no chão e pedir para o grupo tentar montar o cenário colaborativamente. Nestas opções, é necessário que já tenham sido discutidos alguns conceitos básicos de como se conectar à internet, ou que a pessoa que estiver facilitando oriente as participantes conforme a atividade se desenrola.

É possível estender o exercício para introduzir conceitos de criptografias de sessão (HTTPS) ou de ponta-a-ponta (PGP)

Para fazer o HTTPS, você pode usar um envelope para representar o certificado seguro, este envelope é mandado vazio para você pelo site, e você coloca a mensagem dentro dele e envia de volta pro site. Isso representa a criptografia de sessão (ou trânsito). Pode ser usado tanto no cenário do site quanto no do e-mail, pois funciona da mesma maneira.

Na criptografia de ponta-a-ponta (Signal, Protonmail, PGP etc), você vai precisar de dois envelopes, um para a pessoa A e outro para a pessoa B. A mensagem da pessoa A vai dentro do envelope da pessoa B, e vice-versa. Representa a troca de chaves que só as duas pessoas podem trocar entre si.

Interações sobre o tema

A facilitadora poderá criar interações acerca da temática, que podem se dar como uma conversa, podem incluir a história da internet, colocações sobre a composição política da internet ou a histórias dos movimentos de mulheres/pessoas negras/LGBTI+/indígenas atuando na internet.

Pode ser um bom exercício e debate sobre as disputas de poder e da propriedade dos dados e dos ambientes na internet, vigilância, riscos e vulnerabilidades das redes.


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O que significa uma ferramenta? O que significa um espaço? [atividade de aprofundamento]

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Nota: Baseado no módulo "Movement Building" criado pelo programa de direito das mulheres da APC, que não está incluso neste material. Algumas adaptações foram feitas com base nas experiências locais da equipe de tradução.

Atividade 1: O que significa uma ferramenta? - 15 minutes

Uma pequena introdução pode ser feita pela facilitadora, convidando as pessoas a pensarem o que é uma tecnologia. Após um breve debate, é importante explicar que uma tecnologia é uma ferramenta feita para facilitar ou tornar prática a feitura de algo. Que toda ferramenta, mesmo que não seja digital, é uma tecnologia, porque tem como objetivo facilitar o fazer das coisas. A partir disso, pergunte às pessoas participantes qual é a sua ferramenta favorita. Pode ser qualquer coisa, uma caneta, uma faca, um tear, agulhas de crochê, liquidificador etc. Peça que tomem nota e, a partir disso, respondam duas perguntas:

Notas de facilitação

Reforce a ideia de que as ferramentas são criadas com objetivos, mas também com intenções e valores atrelados a elas. Elas não são inteiramente neutras, e geralmente a maneira com que são projetadas pode afetar ou orientar a maneira como são usadas. Por exemplo, as diferenças entre os cabos de uma peixeira, uma faca de cozinha e uma faca militar, ou entre um copo e uma taça.

Da mesma maneira, as ferramentas que usamos online também são projetadas com um olhar para suas utilizações das pessoas que as consomem. Podem ser direcionadas com diferenciações de gênero, serem heteronormativas, cisnormativas, racializadas etc. Traga alguns exemplos para ilustrar isto. Sites de relacionamento geralmente são projetados usando casais heterosexuais como norma (assim como sites de pornografia orientam-se para o prazer cismasculino), sites como o Facebook e o Google levaram anos para incluir outros gêneros além de homem e mulher, além de considerarem documentos civis para considerarem uma identidade como "real".

Abra as discussões pedindo exemplos de como participantes percebem valores, presunções e preconceitos embutidos nas tecnologias digitais que utilizam, e como eles podem afetar como as pessoas utilizam cada uma delas.

Atividade 2: O que significa um espaço?

Recursos necessários

Um lugar aberto ou pelo menos amplo, sulfite colorida cortada em quatro, canetas marcadoras.

Duração

45 minutos

Dinâmicas

Peça às participantes para que lembrem as ferramentas que escolheram na atividade anterior. A partir disso, dê-lhes um desafio:

Sabendo tudo isso, todo mundo se reúne em grupos. Participantes deverão pensar coletivamente sobre como podem usar as ferramentas que possuem de uma forma criativa para resolver este desafio e permitir que as pessoas se movimentem livremente por este espaço. Podem usar a ferramenta escolhida como acharem melhor, não precisa ser de uma forma restrita à utilidade original dela. O absurdo está liberado. Voltando para a roda, os grupos compartilham suas soluções.

A partir daí, traga à reflexão os desafios e os resultados deste exercício:

Após toda a discussão, faça um fechamento breve, conectando com essa experiência, com a cultura da gambiarra, e o que significa ser agente de mudança dentro dos muitos significados que isso possa ter. Podem ser usados vários exemplos desse tipo de ação nas redes. No link em inglês, o exemplo da campanha #fbrape. Aqui no Brasil, podemos citar na mesma proporção a #meuamigosecreto.

The Day the Everyday Sexism Project Won and Facebook Changed

Notas de facilitação

Durante a discussão, costure as relações entre as ferramentas, os espaços e as ações tomadas neste espaço usando estas ferramentas, como cada uma afeta a outra.

Relembre o quanto a estrutura da sala afeta as nossas interações. Quando as cadeiras estão diretamente colocadas junto à mesa, isso afeta a nossa interpretação sobre como usar as cadeiras, como se fossem duas coisas a serem usadas juntas. Quantas vezes estamos em um espaço e realmente nos sentimos livres para movimentar as cadeiras e mesas da forma que nos faz confortáveis? Tente conectar estas analogias com a ideia da internet como ferramenta para um espaço que regula nossas formas de interagirmos entre nós. Que a construção destes espaços também é feita com um nível de tendenciosidade de quem os planeja. Por exemplo, a diferença entre espaços de construção de conhecimento com uma construção professoral ou uma construção mais aberta como a de uma oficina.

Em outras palavras, as ferramentas na internet não são inertes, mesmo que sejam projetadas e reguladas para serem enxergadas desta maneira. São espaços que afetam e estruturam as nossas interações em menor ou maior proporção.

São diversos espaços, apesar de ser a mesma internet. Da mesma forma que um terreno pode ser ocupado e transformado de diversas maneiras, cada espaço na internet, representado por sites e plataformas, também estará sofrendo transformações de acordo com quem ocupa e regula, direta ou indiretamente, aquele espaço.

Ainda assim, são diferentes acessos, e diferentes direitos a estes terrenos. Algumas pessoas têm permissão a um espaço muito pequeno, que restringe a sua liberdade de construir ou trabalhar a terra, outras não conseguem uma escritura, outras possuem quantidades enormes de terra que continuam crescendo e se apropriando de outras menores.

Na internet, também é mais difícil romper com essas estruturas dos grandes que possuem mais recursos. Porém isto não nos retira o poder de negociação e cobrança do direito a essas terras. Por exemplo, é difícil negociar os valores do Facebook e das suas plataformas, de como são construídas e reguladas, mas ainda é possível trazer a discussão deste direito para dentro dos seus mecanismos. Os casos das hashtags acima descrevem bem as possibilidades de abertura criadas pela ação coletiva. Ainda que sigam mudando as regras, estas possibilidades nos lembram que podemos mudar a forma de usar as ferramentas como resposta a isso.

Detalhes da campanha #Fbrape que permitiu alterar as políticas do FB para denúncias de páginas com apologia e disseminação de estupro. Estas respostas também geram reação nas outras redes (no caso acima, nas políticas do Twitter), e como os construtores destes espaços e "donos da terra" percebem as mudanças de lógicas e valores que afetam as interações e seus interesses enquanto espaços em disputa.

É preciso enxergar como direito

Nossa capacidade, como usuáries, de transformar estes espaços online e seus valores de forma igualitária e livre. Uma vez que tais valores e as regras que os condensam afetam e regulam nossas interações, que não são apenas digitais, mas representações de nossas corporeidades na rede.

Atividade 3: Movimentos sociais e a internet

Este exercício pode ser útil para criar uma percepção positiva da internet enquanto espaço de ação efetiva, e não apenas um espaço de agressão e resposta reativa.

Recursos necessários

Flipchart, Canetas marcadoras e fita adesiva

Duração

60 minutos: 15 para a primeira atividade, 20 para o trabalho em grupos, 10 minutos para observar o trabalho dos demais grupos, e mais 15 para uma rodada de discussão e fechamentos.

Dinâmicas

Peça às participantes para refletirem sobre uma das ferramentas que utilizam em seus ativismos, e trabalhem estas questões:

Divida todas as pessoas em pares ou grupos com 4, dependendo do tamanho da oficina. Peça para que pensem em um desafio recente nas suas atuações políticas, ou que identifiquem uma situação que foi significativa em seus contextos.

A partir daí, poderão responder algumas questões relacionadas a diversos elementos humanos destas situações. Descrevam como vocês acham que a internet transformou as seguintes relações:

Uma vez que essas questões forem mapeadas por cada grupo, estes grupos penduram suas folhas de flipchart em uma parede ou podem agrupá-las no centro da sala, e conforme cada grupo vá terminando, podem circular pela sala e contemplar os mapas dos outros grupos.

Após todos os grupos terminarem e circularem, traga todas as pessoas para uma roda para conversar um pouco sobre o que viram, o que fizeram, como se sentiram. Sinta-se disposta a trazer algumas perguntas orientadoras:


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